ARTESÃ E A RENDA DE BILRO NO DOCUMENTÁRIO “HOMEM AO MAR”

O Café e Restaurante Mercado Velho foi palco de mais uma filmagem do documentário “Homem ao Mar – A Cultura Açoriana no Imaginário Brasileiro” em (26/10), quando a artesã Erotides da Silva Delfino apresentou a Renda de Bilro, mais uma tradição açoriana que faz parte do filme.

Moradora de Itajaí há 46 anos, Dona Erotides, 63 anos, nasceu em Imaruí, outro município de Santa Catarina, e aprendeu a arte aos 7 anos com sua mãe, que trazia a arte de outras gerações. Ela mostra no filme como fazer o trabalho, tecendo uma sobrecapa para envelope de casamento, encomenda que já está praticamente pronta, diz a artesã. Ela tecia a penúltima peça ontem. Apresentou também lindas peças como trilhos e toalhas de mesa.

Dona Erodites conta que a Renda de Bilro chegou ao Brasil por volta de 1800 trazida direto de Portugal, mais especificamente, do arquipélago dos Açores. “A história que conheço fala que a arte nasceu na Itália e que por volta de 1600 chegou a Portugal. Ela tinha o nome “Ponto no Ar” e Portugal já tinha a renda como uma arte de forte expressão nas regiões pesqueiras. Aqui no Brasil, se firmou em cidades litorâneas também, como Florianópolis, Salvador e outras no Nordeste. Infelizmente, não é um trabalho reconhecido, e cada vez é mais raro ser passado para os jovens de hoje”, comenta a artesã. As portugueses trouxeram a renda para enfeitar trajes e alfaias de igreja, além de toalhas, cortinas, lençóis e peças de roupas, que continuam sendo produzidas até hoje.